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500 dias com ela acaba de chegar às locadoras

30/03/2010

Por Tati Bortolozi

O surpreendente filme 500 dias com ela, do diretor estreante em longas, Marc Webb, narra a história o amor a primeira vista que o escritor de cartões Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) viveu com Summer Finn (a graciosa Zooey Deschannel), nova assistente de seu chefe.

Logo nos primeiros minutos, ficamos sabendo, com todas as letras, que aquela não é uma história de amor, é uma simples história sobre o amor. Tudo começa quando, arrasado, Tom chama os amigos e a irmãzinha super madura para chorar suas mágoas e tentar entender o que o levou a perder Summer. A partir daí, os momentos de separação e os primeiros encontros se alternam, em uma seqüência não-cronológica (repare que no começo do namoro, o calendário é claro e ensolarado e no fim dos 400 dias o cenário fica nublado e turbulento).

O personagem mais explorado psicologicamente é Tom, garoto cheio de ilusões alimentadas por filmes e músicas pop, que deixa claro que está apaixonado desde o momento que coloca os olhos em Summer. Ela, mais misteriosa, incerta, sem expectativas sobre o amor, deixa aquela sensação de muito a esconder, talvez porque a história seja narrada a partir do ponto de vista de Tom.

Com ótimos diálogos, rápidos e de humor sutil, e uma química muito gostosa entre os protagonistas, a trilha sonora composta por nomes como The Smiths (consenso no gosto musical do casal), Carla Bruni e Regina Spector é de muito bom gosto, o que provavelmente está relacionado à longa experiência do diretor em dirigir videoclipes, e combina com o tom leve e elegante da produção.

O roteiro de Scott Neustadter e Michael H. Weber é rápido e concentra uma porção de referências pops contemporâneas que dão um tom bastante divertido ao filme, que usa desde músicas a desenhos animados e referências cinematográficas como Brilho eterno de uma vida sem lembranças e Curtindo a Vida Adoidado, para refletir o estado emocional dos personagens.

A produção faz os olhinhos dos cinéfilos e descolados brilharem. E, ao invés da surrada fórmula garota se apaixona por garoto, que vivem crise e se reconciliam ao final, que entrega o desfecho para o público nos primeiros quinze minutos, o filme explora os contratempos do amor contemporâneo, tão cheio de erros, expectativas e repleto de altos e baixos. Mas, cuidado, “este filme é uma obra de ficção, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. Principalmente você, Jenny Beckman. Vadia!”. Com uma declaração como esta, não preciso de mais nenhum comentário sobre como o filme entende o amor dos nossos tempos.

E você, já assistiu ao filme? Gostou? Deixe o seu comentário!